O GraphQL foi lançado em 2012 pelo Facebook, que buscava uma alternativa diferente do REST para seus processos. Em 2015 o GraphQL (Graph Query Language) se tornou um open source, ou código aberto, permitindo o uso pela comunidade em geral. Mas você sabe como utilizar essa tecnologia? Esse artigo vai apresentar algumas informações sobre o assunto, como:
O que é GraphQL?
O GraphQL pode ser considerado uma alternativa para o REST, porém esses dois possuem diferentes abordagens na projeção de APIs para troca de dados pela Internet. Graph significa gráfico, que refere-se ao modelo metal gráfico para definir os dados, e QL significa “Query Language”, que realiza chamadas para consumir os dados apresentados.
GraphQL é uma linguagem de consulta e execução voltada para APIs e servidores cuja prioridade é fornecer exclusivamente os dados solicitados pelos clientes. A REST é uma API de Transferência de Estado Representacional (Representational Sate Tranfer), porém ele apresenta algumas dificuldades, como:
- Over-fetching (excesso de dados) e Under-fetching (dados insuficientes)
- Dificuldade em criar versões e substituir campos que não são necessários para os próximos lançamentos
- Dados imprevisíveis
- Requer uma Maior Latência
Dessa forma, para alguns fins específicos, a linguagem da GraphQL pode ser mais vantajosa, principalmente se você deseja uma API mais rápida, intuitiva e flexível.
GraphQL vs REST

Apesar de semelhantes, essas duas tecnologias possuem diferenças fundamentais que devem ser levadas em consideração para a implementação nos negócios. Algumas dessas diferenças são:
GraphQL | REST |
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|
Entendendo as especificações de cada tecnologia, deve-se analisar em que momento utilizar cada uma da forma certa.
É recomendável utilizar a GraphQL quando: possui largura de banda limitada, tem várias fontes de dados que deseja reunir em um único endpoint e solicitações de clientes muitos diferentes que geram diferentes respostas.
O REST é recomendado quando: aplicações menores e dados menos complexos, dados e operações utilizados da mesma maneira e não é necessário uma consulta complexa de dados.
Vantagens e desvantagens
Vantagens do GraphQL:
- Seleção precisa de dados: Permite que os clientes solicitem apenas os dados necessários, evitando a sobrecarga de dados e melhorando o desempenho.
- Flexibilidade na solicitação de dados: Os clientes podem especificar exatamente quais campos e relacionamentos desejam, resultando em respostas personalizadas e reduzindo o número de chamadas de API.
- Redução de endpoints: Por ser um único endpoint, simplifica as chamadas de API em comparação com REST, que frequentemente exige múltiplos endpoints.
- Autodocumentação da API: Oferece uma autodocumentação clara e detalhada da API, facilitando a compreensão e uso pelos desenvolvedores.
- Suporte para múltiplas plataformas: É independente de linguagem e oferece suporte a várias plataformas, o que o torna uma solução flexível para diferentes tecnologias.
Desvantagens do GraphQL:
- Complexidade inicial: A curva de aprendizado pode ser íngreme para alguns desenvolvedores, especialmente quando comparada com REST, devido à sintaxe e ao conceito de resolvers.
- Over-fetching ou under-fetching: Se não for utilizado corretamente, pode ocorrer a obtenção excessiva ou insuficiente de dados, afetando o desempenho da aplicação.
- Segurança: A exposição de todas as operações de leitura e escrita pode aumentar os riscos de segurança, especialmente se não forem implementadas as devidas proteções.
- Caching: Embora possível, o cache em GraphQL pode ser mais complexo devido à flexibilidade na busca de dados e à personalização das consultas.
- Possíveis problemas de desempenho: Consultas mal otimizadas ou estruturadas podem resultar em problemas de desempenho devido à flexibilidade do GraphQL em permitir a busca detalhada de dados.
Essas vantagens e desvantagens devem ser consideradas com base nos requisitos específicos do projeto antes de optar pelo uso do GraphQL ou de qualquer outra tecnologia.
Como utilizar o GraphQL?
Uma das principais características do GraphQL é permitir que os clientes solicitem somente os dados específicos de que precisam, em vez de receberem informações excessivas de uma única vez.
O GraphQL funciona através da criação de um esquema que descreve os tipos de dados disponíveis e suas relações. Isso ajuda a definir quais dados podem ser consultados e os campos disponíveis para cada tipo de objeto. Quando um cliente faz uma consulta, o GraphQL valida essa consulta de acordo com o esquema para garantir que seja válida antes de executá-la.
A função do resolvedor (resolver) está associada a cada campo no esquema GraphQL. Esses resolvedores são responsáveis por recuperar os dados correspondentes ao campo solicitado durante a execução da consulta. Eles são essenciais para determinar de onde e como os dados serão obtidos antes de serem retornados ao cliente.
Essencialmente, o GraphQL oferece um meio eficiente de interagir com APIs, permitindo uma consulta personalizada e precisa de dados, o que pode levar a um desempenho melhorado das aplicações e uma comunicação mais eficaz entre o cliente e o servidor.
O GraphQL não é um produto final, mas uma especificação que requer tecnologias específicas para sua implementação em diferentes linguagens. Em uma aplicação web, por exemplo, para estabelecer a comunicação entre o frontend e o backend usando GraphQL, é necessário utilizar tecnologias que suportem queries e mutations em GraphQL no frontend, bem como uma tecnologia no backend capaz de configurar um servidor GraphQL para interpretá-las.
Atualmente, muitas linguagens oferecem suporte ao GraphQL e há diversas tecnologias implementadas na comunidade web. Existem bibliotecas destinadas ao uso no frontend e frameworks voltados para uso no servidor. O site oficial do GraphQL mantém uma lista abrangente dessas tecnologias para referência.
Conclusões
Portanto, entende-se que apesar do REST ser de uso mais abrangente, o GraphQL pode ser uma boa alternativa dependendo das suas necessidades. Embora sejam parecidos, eles possuem diferenças significativas e podem ser utilizados para diferentes finalidades, ou até mesmo em conjunto.
Ao implementar essa tecnologia na sua empresa ou negócio, ela pode atuar como um otimizador de processos, fornecer dados com eficiência e integrar aplicações de maneira mais dinâmica. Através dessas funcionalidades, é possível aprimorar a experiência do usuário e a eficiência das operações, trazendo maior competitividade para o negócio.