Quando se trata de arquitetura frontend, estamos falando de uma evolução constante, de mudanças, onde cada uma traz suas vantagens e desvantagens para atender necessidades específicas. Uma das novidades que está ganhando espaço são as microfrontend. Com o intuito de esclarecer este conceito e auxiliar na compreensão, este artigo irá abordar:
Microfrontend: o que são?

A abordagem de Microfrontend é baseada na arquitetura de front-ends, que consiste em dividir o aplicativo em partes menores e mais gerenciáveis. Cada uma dessas micro frontends representa uma parcela reduzida da interface que os usuários interagem.
Para compreender melhor esse novo modelo de arquitetura, é essencial entender o modelo clássico. Tradicionalmente, os aplicativos eram desenvolvidos utilizando a arquitetura monolítica, que enfrentava desafios consideráveis em termos de escalabilidade e manutenção. A seguir, uma comparação entre os dois modelos:
- Arquitetura Monolítica: Nesse modelo, toda a interface é desenvolvida como uma unidade. Todos os componentes, recursos e funcionalidades estão integrados em um único código-base. Isso torna as atualizações e manutenções difíceis, pois cada modificação requer revisões extensas em todo o código.
- Arquitetura Microfrontend: Aqui, cada parte da interface é fragmentada. Cada um desses componentes frontends pode ser desenvolvido e implantado de forma independente, proporcionando maior flexibilidade para atualizações, manutenções e mudanças.
Essa nova arquitetura frontend oferece diversos benefícios e está presente em algumas das aplicações mais famosas que utilizamos, como a Amazon, Netflix e Spotify.
Vantagens
Essa técnica traz muitos benefícios, entre eles:
- Separação de responsabilidades: Cada equipe pode se concentrar em uma parte específica da aplicação, otimizando a manutenção e escalabilidade do sistema.
- Independência tecnológica: Cada microfrontend pode ser desenvolvido utilizando diferentes tecnologias e frameworks. Isso permite uma diversidade de tecnologias personalizadas para cada necessidade da interface.
- Reutilização de código: A reutilização de códigos sem o risco de interferência leva a economizar mais tempo e aumentar a produtividade da equipe
- Escalabilidade: Como cada microfrontend é independente, elas podem ser desenvolvidas e evoluir de acordo com a necessidade, sem riscos de interferência com as outras frontends.
- Integração com Micro Serviços: Se a empresa ou desenvolvedor já está usando micro serviços no backend, incorporando a arquitetura microfrontend pode-se alcançar ainda mais resultados e melhor escalabilidade.
Desvantagens
Quando a decisão de aplicar a arquitetura microfrontend é feita, é necessário ter em mente algumas de sua desvantagens, como:
- Complexidade: É desafiador gerir e garantir que todas as microfrontends funcionem harmoniosamente juntas. Portanto esse modelo pode trazer mais alguns níveis de complexidade.
- Problemas de performance: Uma interface pode ficar pesada com tantas partes diferentes, portanto levando mais tempo para carregar a página ou aplicativo.
- Necessidade de coordenação: Como é possível criar equipes separadas dedicadas a cada microfrontend, é mais fácil que essas pequenas partes sejam gerenciadas, porém todas essas equipes precisam comunicar entre si para garantir que a interface como um todo funcione.
- Desafios de segurança: Devido às diferentes partes da interface, podem existir várias “portas de entrada”. Dessa forma, cada microfrontend pode ser uma vulnerabilidade para ataques, sendo então necessário uma maior dedicação para a cibersegurança.
Implementando a Arquitetura Microfrontend
Devido à flexibilidade e independência tecnológica que a arquitetura de Microfrontend proporciona, equipes e desenvolvedores podem trabalhar de maneira mais focalizada e produtiva, principalmente em interfaces voltadas para grandes empresas e públicos diversos, garantindo maior qualidade nos sistemas.
A adoção desse modelo em sua empresa pode proporcionar uma experiência muito mais personalizada e ágil para os usuários, revolucionando as aplicações web. Se o interesse em implementar essa arquitetura na sua empresa existe, é importante considerar os seguintes pontos:
- Devido à complexidade tanto dos códigos quanto da coordenação das equipes, a implementação desse modelo requer um planejamento adequado e uma comunicação eficaz para alcançar um nível de colaboração desejável entre as equipes.
- A jornada do usuário em sua aplicação deve ser consistente, mesmo atravessando diferentes interfaces e microfrontends. Portanto, é fundamental estabelecer sistemas de design e diretrizes de interface do usuário (UI) que garantam essa consistência.
- Esse modelo de arquitetura pode trazer uma carga adicional de responsabilidade para os membros da equipe, incluindo a coordenação e comunicação com outras unidades. Assim, é crucial, além de garantir a qualificação dos trabalhadores, implementar estratégias de gerenciamento da carga e otimização de desempenho.
Passo a Passo para a implementação da Microfrontend

É fundamental lembrar que, embora a implementação de microfrontends possa oferecer muitos benefícios, também pode introduzir complexidades adicionais à arquitetura de uma aplicação. Por isso, uma boa estratégia de implementação deve ser planejada e ajustada às necessidades específicas da sua empresa.
Entendendo o que será esperado tanto da empresa quanto dos trabalhadores caso a implementação da arquitetura de microfrontends seja finalizada, é o momento decisivo para avaliar se os benefícios são justificáveis. Se a resposta for positiva, é possível seguir os passos de implementação a seguir:
- Identificar as partes da interface: Após uma análise aprofundada da aplicação, é necessário identificar as partes que podem ser divididas. Elas podem ser diferenciadas por funcionalidades, componentes ou páginas da aplicação.
- Definir as interfaces de comunicação: Estabelecer um método de comunicação entre os microfrontends é crucial, já que, apesar de serem separados, é essencial que funcionem como um todo. Isso pode ser alcançado por meio de diversas ferramentas de fácil implementação, como as APIs, permitindo a comunicação entre diferentes sistemas.
- Organizar o código: Os códigos devem ser organizados de maneira separada, cada um com a sua estrutura específica para cada parte da aplicação.
- Integrar os micro frontends: É crucial que todas essas pequenas partes operem em conjunto como uma única aplicação. Elas devem renderizar corretamente e cada parte deve funcionar de maneira adequada para garantir a harmonia e a eficiência do sistema como um todo.
Além disso, é importante destacar a necessidade de testes rigorosos ao longo do processo de implementação para garantir que todas as partes estejam funcionando de forma adequada e integrada. Uma vez concluída a implementação, a manutenção contínua e aprimoramentos devem ser considerados para otimizar a eficiência e a performance da aplicação.
Conclusão
A arquitetura Microfrontend realmente oferece flexibilidade e vantagens significativas ao permitir a construção de diferentes partes de uma aplicação usando tecnologias e frameworks específicos. Isso, por sua vez, pode melhorar a experiência do usuário, tornando-a mais personalizada e atraente.
Contudo, como qualquer abordagem, existem pontos positivos e desafios a serem considerados. Antes de adotar a arquitetura de Microfrontends, é essencial compreender suas complexidades e avaliar como ela se encaixa nas necessidades e nos objetivos da empresa. É crucial estar ciente das mudanças necessárias e da estratégia a ser adotada, a fim de garantir uma transição suave para as equipes de desenvolvimento e para a empresa como um todo.
Se, após análise cuidadosa, você acredita que a adoção dessa arquitetura pode trazer benefícios significativos para sua empresa, é interessante investir nessa mudança. Implementar a arquitetura de Micro Frontend pode ser uma maneira eficaz de impulsionar a empresa para um novo nível no mundo dos Frontend, desde que seja planejada e executada estrategicamente.