No universo da Tecnologia da Informação, tudo o que pode integrar é bem-vindo. Atualmente, o termo “economia de APIs” tem ganhado força, referindo-se ao modelo de negócio centrado em torno de APIs. Independentemente do tipo de aplicativo desenvolvido, eles são quase sempre projetados para a nuvem, com o objetivo final de fazer com que o aplicativo se torne parte de um ecossistema de serviços. Nesse contexto, uma abordagem API-First merece uma análise aprofundada.
O que é API?
API, acrônimo para Interface de Programação de Aplicativos, é uma interface de comunicação oferecida por um sistema que permite o acesso de outros sistemas às suas funções, recursos e dados.
Nesse processo, não é necessário que a plataforma ou software tenha acesso à forma como essas funções foram implementadas.
Ou seja, o usuário pode acessar qualquer plataforma, alterando e armazenando dados de sistemas sem a necessidade de acessá-los diretamente.
O principal objetivo de uma API é permitir a integração de sistemas, independentemente da linguagem de programação que utilizam.
É como se a API atuasse como um tradutor, conectando diversos softwares e aplicativos.
Devido a essa funcionalidade, o desenvolvimento de APIs torna a troca de informações um processo muito mais seguro. Por isso, muitas empresas estão orientando seus sistemas para serem centrados em APIs.
O que é API First?
O API First, como o nome sugere, é um modelo de desenvolvimento de software que prioriza a API. Em muitos casos, a API será a primeira e, frequentemente, a única interface da aplicação.
Esse conceito também está associado ao API Design First, no qual o design das APIs é priorizado.
O desenvolvimento API-First é uma estratégia onde a primeira tarefa é desenvolver uma API que coloca os interesses do desenvolvedor destinatário em primeiro lugar. Somente depois disso é que se constroi o produto sobre essa API, seja um site, aplicativo móvel ou software SaaS.
Ao construir com base nas APIs e pensando nos desenvolvedores, muito trabalho é poupado, estabelecendo uma base sólida sobre a qual outros desenvolvedores irão construir seus aplicativos.
A API projetada será utilizada pelo próprio aplicativo, tornando-se uma API REST semelhante ao mundo real e compatível com o desenvolvimento do produto ou serviço.
Essa prioridade na API determina como os serviços da aplicação serão consumidos, permitindo uma maior e melhor integração com outras aplicações.
Como consequência desse processo, o API First possibilita a criação de excelentes experiências para os usuários em suas plataformas.
Porque API First?

O desenvolvimento API First pode ter diversas finalidades, destacando-se sua função estratégica na rotina empresarial e a integração de diferentes sistemas para maior eficiência no uso corporativo.
Atualmente, o processo de desenvolvimento não é paralelo, mas síncrono. Quando um novo serviço ou recurso começa a ser desenvolvido, as equipes de pesquisa e desenvolvimento já iniciam o projeto.
Uma vez feito isso, a equipe de backend começa a escrever um protótipo, enquanto outras equipes, como frontend e Q&A, aguardam. Após a conclusão do protótipo, um documento da API pode ser preparado e compartilhado com as diferentes equipes.
Quando uma mudança é necessária devido a um novo recurso, bug, melhoria ou aprimoramento, o ciclo recomeça, desperdiçando tempo valioso de desenvolvimento e possivelmente atrasando o lançamento do novo serviço no mercado.
Com a abordagem API-First, o desenvolvimento pode ocorrer de forma paralela entre todas as equipes, eliminando a necessidade de espera por alterações de outras equipes, otimizando assim o tempo e a eficiência do processo.
Criando o serviço API First
Como já foi mencionado, o API First gira em torno da ideia de que o produto final será consumido, muitas vezes, por dispositivos móveis. Dessa forma, todas as APIs são projetadas para serem consumidas por aplicativos clientes.
Outro ponto importante é que as APIs permitem que a empresa divida seus recursos em serviços individuais e autônomos, conhecidos como microsserviços.
A criação de aplicativos baseados em microsserviços é uma excelente forma de garantir uma experiência do usuário (UX) consistente e eficiente em todos os dispositivos.
Atualmente, existem inúmeras ferramentas e padrões para suportar o desenvolvimento API-First. Um formato padrão para especificação de API é o API Blueprint ou Swagger, que utiliza uma sintaxe tipo markdown.
Esses formatos podem ser usados para gerar documentação e até mesmo mocks de servidor REST API, que são inestimáveis para testar ecossistemas de serviço. Portanto, não há nenhuma desculpa para afirmar que API-First é um caminho difícil ou não suportado.
Este padrão pode ser aplicado ao desenvolvimento de software não orientado à nuvem, mas é particularmente bem adaptado ao desenvolvimento na nuvem.
Ele permite prototipagem rápida, suporta um ecossistema de serviços e facilita testes de deploy automatizados e pipelines de entrega contínua, características essenciais do desenvolvimento de aplicativos nativos da nuvem.
Quais os benefícios?

Agora que você já sabe tudo sobre o que é API First, é hora de discutir as principais vantagens de adotar a API como o produto central no seu negócio. Confira:
Economiza custos
O primeiro benefício de adotar a abordagem API First é a economia de custos. Isso ocorre porque você não precisa criar uma API para cada projeto.
Os códigos de uma API First podem ser reutilizados várias vezes, eliminando a necessidade de desenvolver um novo aplicativo do zero a cada vez. Isso não só reduz custos, mas também economiza tempo.
Além disso, ao resolver problemas antes mesmo de escrever qualquer código, as APIs ajudam a evitar falhas, o que também contribui para a redução de custos.
Incentiva a inovação contínua
A abordagem API First também impulsiona a inovação contínua. Com essa estratégia, os produtos lançados no mercado podem ganhar novas possibilidades de uso.
Isso é viabilizado pela integração de funcionalidades adicionais, proporcionando mais recursos aos clientes.
Além disso, essa inovação ocorre com grande segurança e padronização, já que apenas o proprietário do aplicativo tem a autoridade para fazer mudanças significativas no sistema.
Facilita a atuação da equipe
A experiência do desenvolvedor (DX) é crucial para o sucesso de uma API. Por isso, a abordagem API First prioriza a DX. Quando os desenvolvedores têm experiências positivas ao usar suas APIs, o processo de desenvolvimento se torna mais rápido.
Esse formato permite criar serviços sem a necessidade de arquitetar todo o sistema, tornando o trabalho mais eficiente.
Isso é fundamental em um mercado competitivo, onde os aplicativos precisam ser bem projetados e lançados rapidamente.
Conclusão
A implementação da estratégia API First nas empresas é fundamental para promover a agilidade, a inovação e a integração de sistemas.
Ao adotar essa abordagem, as empresas priorizam o desenvolvimento de interfaces de programação de aplicativos (APIs) antes mesmo de iniciar a construção de suas aplicações, o que permite uma melhor arquitetura de software, facilita a integração com sistemas externos e melhora a experiência do usuário final.
Além disso, a estratégia API First ajuda as empresas a se adaptarem mais rapidamente às mudanças de mercado, pois facilita a criação de novos produtos e serviços e a integração com parceiros de negócios.
Em resumo, a implementação da API First é essencial para impulsionar a inovação e a competitividade das empresas na era digital.